
Esse livro com certeza esclareceu muitos pontos interessantes pra mim, espero que possa ajuda-lo também.
Trechos:
"A paixão pela verdade é silenciada por respostas que tenham o peso da autoridade incontestada."
"Outra característica do Pai é a fidelidade dos registros de incoerência. Os pais dizem uma coisa e fazem outra. Eles dizem "Não minta", mas contam mentiras. Dizem às crianças que fumar faz mal à saúde, mas eles próprios fumam. Proclamam filiação a uma ética religiosa, mas não vivem de acordo com ela. Não é seguro para a criança questionar essa inconsistência, e por isso ela se sente confusa. E porque estes dados causam confusão e medo, ela se defende desligando a gravação."
"Sua mãe lhe havia dito: "Nunca se põe um chapéu e cima da mesa nem um casaco em cima da cama." E assim ela passara toda a sua vida sem fazer uma coisa nem outra. Se ocasionalmente se esquecesse, ou se algum de seus filhos quebrasse a velha regra, ela reagia de modo exagerado e inadequado a uma violação de algo tão simples. Finalmente, após ter vivido diversas décadas sob essa lei não examinada, ela perguntou a mãe: "Mãe, por que não se deve pôr um chapéu em cima da mesas nem um casaco em cima da cama?"
Ela respondeu dizendo que, quando era pequena, umas crianças da vizinhança tinham aparecido infestadas de piolhos, e sua mãe a advertira da importância de jamais pôr os chapéus dos garotos em cima da mesa nem seus casacos sobre a cama. Bastante razoável. A intensidade da antiga advertência era compreensível. Em termos das descobertas de Penfield, era também compreensível a razão pelo qual o registro era reproduzido com sua urgência original."
"Três coisas fazem as pessoas desejarem se modificar. Uma é já terem sofrido o bastante. Bateram com a cabeça na mesma parede por tanto tempo que decidiram que era hora de parar. Investiram tão longamente nas mesmas máquinas caça-níquéis, sem um pagamento, que por fim decidiram parar de jogar, (não anotei a segunda). A terceira causa para o desejo de mudança é a súbita descoberta de que é possível mudar. Este tem sido um efeito observado na analise transacional. Muitas pessoas que não tinham demonstrado particularmente qualquer desejo de mudança foram expostas a analise transacional através de conferencias ou informações de outros. Este conhecimento produziu uma excitação quanto a novas possibilidades que as levou a mais indagações e a um crescente desejo de se modificarem. Há também o tipo do paciente que, embora apresentando sintomas incapacitares, não deseja realmente se modificar. Seu contrato de tratamento reza: "Prometo que deixarei que você me ajude desde que eu não tenha que melhorar." Esta atitude negativa se altera, o entanto, quando o paciente começa a ver que na verdade há outro modo de viver. Um conhecimento operante do P-A-C torna possível ao adulto explorar novas excitantes fronteiras da vida, algo que sempre foi desejado mas que estava enterrado sob o fardo pesado do NÃO OK."
"O homem tem livre-arbítrio? Pode o homem realmente se modificar, se assim quiser, e, nesse caso, será que esta sua mudança não é também um produto do condicionamento do passado? O homem tem mesmo uma vontade? Um dos problemas mais difíceis da posição freudiana é o do determinismo versus liberdade. Freud e a maioria dos behavioristas sustentaram que o fenômeno causa-e-efeito visto em todo o universo é igualmente verdadeiro para os seres humanos, que o que quer que aconteça hoje teoricamente pode ser compreendido em termos do que aconteceu no passado. Se um homem mata outro homem hoje, estamos acostumados pela orientação freudiana a investigar o trabalho para descobrir o porquê. Presume-se que tem que haver uma causa ou causas, e que esta causa ou causas jazem em algum ponto do passado. A conclusão inevitável é que o homem não é responsável pelo que faz; que, na verdade, ele não tem livre-arbítrio."
"Transações criança-criança: Logo se torna evidente que há muito poucas transações complementares criança-criança livres de jogos. Isto porque a criança é uma criatura muito mais dedicada a conseguir estímulos do que a da-los. As pessoas têm transações para conseguir estímulos. Betrand Russell disse: "Não se pode trabalhar duro, pensando, graças apenas a um mero sentimento do dever. Preciso de pequenos sustos de tempos em tempos para ter... uma fonte de energia" Sem que o Adulto esteja envolvido na transação, nenhum dos participantes se sente positivamente estimulado, e a relação não se torna complementar e morre de puro tédio."
"Que loucura, temer a ideia de perder a vida de uma só vez, quando não nos preocupamos em desperdiça-la aos poucos."
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